Futuro da floresta depende da união dos amazônidas, diz especialista


13/11/2012 – De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), 30% dos trabalhos sobre a floresta são elaborados por brasileiros, destes apenas 10% são elaborados por habitantes da região. Com isso, o setor tecnológico-empresarial tem o desafio de aliar desenvolvimento e tecnologia. A solução desse problema estaria em aproximar universidade e empresas, revelam especialistas.

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Segundo o professor doutor, Jorge Campos, a Amazônia Continental é o maior segmento de floresta tropical do mundo, portanto é importante agregar valor aquilo que a natureza oferece.

O presidente da Associação Panamazônia, Belisário Arce, revela que a economia verde e o desenvolvimento da economia produtiva no Amazonas são temas frequentemente abordados por instituições da capital amazonense. “A união de diversas esferas da região ajudará o Polo Industrial a desenvolver conteúdo além de máquinas”, avaliou.

Relação entre instituições

Apesar das barreiras linguísticas, o presidente da Associação diz que o sentimento amazônico em Manaus ou em Quito no Peru é o mesmo. “Há uma identidade coesa que ultrapassa a questão linguística. Uma identidade forjada pela ancestralidade, mas também pelos desafios comuns”, contou. São amazônidas desconectados, distantes, divididos por fronteiras que dificultam a divulgação científica.

Belisário Arce afirma que outra saída seria aumentar a relação entre instituições de pesquisa da região. O presidente disse que uma série de seminários são realizados pela entidade com objetivo de integrar os oitos países que compartilham a Amazônia. "O futuro da floresta depende da integração dos amazônidas", revelou.

A região amazônica é rica em recursos naturais e com ilhas de produção tecnológica que cooperam pouco entre si. Segundo Belisário, institutos como Inpa e o Museu Paraense Emílio Goeldi existem no Peru, na Bolívia, Colombia, mas o nível de interatividade entre as instituições deveria ser mais intenso.

Para ele, é importante discutir ciência e tecnologia a partir das perspectivas dos próprios amazônidas. “Ciência e tecnologia não podem estar desvinculadas da nossa cultura, para não se tornar algo vazio e não propício às nossas necessidades”, explicou.

O professor doutor José Campos avalia que a busca pela integração é fundamental por termos muitas características comuns que vão além do bioma. “Uma região que fala cinco idiomas (português, inglês, espanhol, francês e holandês) precisa desta integração. Vale ressaltar que ainda existem as inúmeras línguas indígenas que incrementam pesquisas e conhecimentos”, enfatizou.

Fonte: Portal Amazônia

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