Geologia é destaque na Semana de C&T
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O professor Clauziomar Lima da Silva, doutor em Geociências e tutor do Programa Especial de Treinamento de Geologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), explicou que no microscópio as crianças conseguem ver os vários minerais que compõem uma rocha. “Nós cortamos a rocha e fizemos uma lâmina para estudar os minerais”, dizia às crianças curiosas.
Depois de olhar a lâmina de rocha, o estudante Dione Pinheiro, 13, da mesma turma de Mateus, comentou com os colegas que achou “muito interessante” e que gostou da exposição da Geologia. “Você quer ser geólogo quando cresceu, Dione?”. A resposta foi negativa. Talvez lhe faltasse informação suficiente para naquele momento escolher a profissão e seguir a carreira de pesquisador nessa área.
O estudante de Geologia da Ufam, Rodrigo Tokuta, 19, foi menos reticente na hora de optar pelo curso. Quando fazia o terceiro ano do ensino médio, em Parintins (AM), perguntou à professora por que a laterita (rocha abundante no município) tinha muitos poros e a cor avermelhada.
“A professora disse que não sabia responder e que eu tinha que estudar Geologia se quisesse a resposta. Eu não duvidei e optei por Geologia no PSC (processo seletivo contínuo)”, contou ontem, enquanto se preparava para dar uma palestra sobre vulcanismo, na Semana de C&T.
A estudante Amanda Gabriela, 13, do Colégio Adventista de São Jorge, não perdeu a oportunidade de registrar as rochas expostas na barraca da Geologia. As mais interessantes para ela eram as rochas ornamentais originárias do Estado de Roraima.
O professor Clauziomar Silva explicou que no Amazonas não há rochas ornamentais, ou seja, as rochas conhecidas como granitos utilizadas no acabamento das construções civis. “As rochas ornamentais que o Amazonas consome vêm do Espírito Santo e agora estamos começando a comprar de Roraima”.
Outro aspecto que chama a atenção dos visitantes no estande da Geologia é um painel com a foto de uma casa, mostrando que todo o material utilizado para construí-la vem da mineração. “Dos fios às telhas, dos tijolos ao acabamento do piso, tudo vem da mineração”, explicava Clauziomar aos estudantes.
Além das rochas, a exposição também tinha fósseis encontrados na Amazônia e no Nordeste brasileiro. Um arcada dentária de mastodonte e outra de um jacaré-açu encontradas no Amazonas chamava a atenção dos visitantes. Dois peixes fossilizados cravados em rochas, encontrados no Ceará, são os mais antigos fósseis da exposição: um tem cerca de 40 mil anos e outro, 120 mil anos, de acordo com o professor Clauziomar Silva.
O estande foi montado pelo PET de Geologia da Ufam, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).