Pesquisa avalia técnica para aumentar a produção do cará
12/12/2012 – A maior parte da produção de tubérculos e leguminosas na região de Manaus e no interior do Amazonas é feita por pequenos produtores que necessitam de todo o apoio técnico para otimizar o cultivo e o retorno financeiro da plantação. Pensando nisso, o estudante do curso de Agronomia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Arthur Diego Rosário de Souza, orientado pela doutora em Agronomia Tropical, Albejamere Pereira de Castro desenvolveu o projeto ‘Avaliação da produção do Cará (Dioscorea trifida L.)’.
A pesquisa consistiu em avaliar o potencial do cará (espécie de tubérculo bastante consumida na região) consorciado com outras espécies para produzir nutrientes para o solo e assim melhorar e aumentar a produção.
Na prática, o estudante avaliou a técnica de produção do cará em consórcio com as leguminosas, que são os grãos produzidos em vagens, a fim de encontrar uma técnica mais eficiente em relação à aplicada pelos produtores do município de Itapiranga, no interior do Amazonas.
“Nós inserimos as leguminosas nas entrelinhas da plantação de cará com o objetivo de observar os benefícios da consorciação para o solo e assim conseguir melhorar a qualidade e a quantidade da produção do tubérculo”, explicou
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O projeto foi financiados pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (Paic), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), e apresentado no 21º Congresso de Iniciação Científica (Conic), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Resultados
Segundo Souza, os resultados da pesquisa superaram as expectativas e demonstraram a qualidade do projeto já concluído. “Os resultados do projeto foram satisfatórios com relação à produção de biomassa, principalmente em relação à eficácia da leguminosa ‘feijão-caupi’, quando associada à produção do cará. Neste caso, a produção superou as expectativas. Em relação a outros projetos já realizados com esse mesmo método ele também foi superior”, destacou.
Incentivo
Dos 795 projetos finalizados este ano, 450 foram financiados pela FAPEAM, 265 pelo CNPq, 70 são voluntários e 13 receberam apoio da Ufam. Já o Pibic Jr. contabilizou 32 trabalhos financiados pela Fundação e outros 44 no Pibiti, por meio de financiamento do CNPq e Ufam.
O que é o cará?
O cará é um tubérculo, cujo nome científico é Dioscorea alata L. O nome do cará na língua espanhola é ‘ñame’, por esse motivo é bastante confundido com o inhame, especialmente na região Nordeste do Brasil.
Originário da África, mais especificamente das ilhas de Cabo Verde e São Tomé, o cará foi trazido ao Brasil pelos escravos africanos, tendo se adaptado muito bem ao clima brasileiro. O tubérculo foi classificado pela primeira vez pelo Padre José de Anchieta em seus escritos.
É um alimento altamente energético, possui uma grande quantidade de vitaminas do complexo B, principalmente B5 (Niacina) e B1 (Tiamina), estimulando o apetite e auxiliando no processo digestivo. Pessoas que fazem regimes devem ser cautelosas no consumo do cará, visto que o mesmo possui um número relativamente alto de calorias. O cará é consumido na forma cozida, como ingrediente que substitui a batata-inglesa. Também é utilizado na fabricação de pães, bolos, cremes, biscoitos, etc.
Sobre o Pibic Jr.
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior é desenvolvido em parceria com o CNPq e consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, a inserção de estudantes do Ensino Médio em projetos de pesquisa em instituições públicas e privadas do Estado do Amazonas.
Janaina Karla – Agência FAPEAM