Pesquisa e incubadoras geram inovação, diz representante do Polo de Navacchio


26/02/2013 – Representantes do Polo Tecnológico de Navacchio, na Itália, estiveram em Manaus na última semana para trocar experiências com empresários e representantes de incubadoras amazonenses e tentar estabelecer parcerias.

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Em entrevista exclusiva à Agência FAPEAM, a diretora da incubadora do Polo de Navacchio, Elisabetta Epifori, explicou os principais objetivos do Polo italiano e disse que não existe “fórmula de sucesso” para fabricação de produtos inovadores.

Segundo ela, a solução é investir em pesquisa e em empresas incubadoras para conquistar o mercado. Com essa teoria, ela e outros cinco representantes italianos, entre eles o presidente da Associação de Parques Científicos e Tecnológicos de Navacchio, Alessandro Giari, tentaram sensibilizar representantes de empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) e de incubadoras para firmar parcerias com os empresários europeus. Confira abaixo a íntegra da entrevista:

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Agência FAPEAM – Qual "segredo" ou "fórmula de sucesso" para fazer com que as empresas se interessem por projetos de pesquisas e passem a investir em incubadoras?

Elisabetta Epifori – Na verdade, quando as empresas chegam até o Polo elas não estão procurando pesquisa, elas querem um suporte para aprender a fazer a gestão e se manter no mercado.

Em um primeiro momento, quando a incubadora nasceu, tínhamos a capacidade para alocar dez empresas. Com o passar do tempo, alocamos 15, e vimos que tudo isso dependia da vontade de crescimento das empresas.

Atualmente, cada incubadora agrega 12 empresas e cada uma fica agregada à incubadora por um período de três anos.

AF – Como funciona a estrutura de incubadoras do Polo Tecnológico de Navacchio?

EE – Em 2000, começaram as atividades do Polo Tecnológico e, em 2003, começaram as atividades das incubadoras. As incubadoras nasceram da observação dos problemas e das demandas das empresas.

Atualmente, temos 500 empresas dentro do Polo que são ou já foram ligadas a incubadoras. Observando o crescimento dessas empresas com o de outras que estão fora do Polo, verificamos que as que estão inseridas no Polo Tecnológico ganham de seis a sete vezes mais.

Esse dado mostra que a estrutura, a interação e a inovação dos produtos e serviços oferecidos pelo Polo permite que haja esse crescimento. Nossa estrutura de incubadora pode agregar 12 empresas, com mais ou menos 80 a 100 pessoas e com faturamento anual de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões de reais.

AF – Qual interesse das incubadoras do Polo Tecnológico de Navacchio nas empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) e nas incubadoras do Amazonas?

EE – Nosso objetivo é verificar as necessidades das grandes empresas do PIM e verificar como as incubadoras do Polo de Navacchio, em parceira com as instituições e incubadoras locais, podem ajudar.

Já temos experiência e vimos o que funciona e o que não funciona. Nessa visita ao Amazonas, nos reunimos com empresários e representantes de incubadoras para demonstrar nossas experiências na Itália, mostrar o quanto é importante acompanhar desde o momento da apresentação de dados até o resultado final.

A intenção não é apenas vir ao Amazonas, mas apresentar perspectivas de negócios de sucesso e desenvolvimento tecnológico.

AF – Da onde surgiu a ideia de se agregar ao Polo Tecnológico um polo específico para inovação?

EE – O Polo de inovação surgiu a partir do elo criado entre universidades, empresas e os centros de serviço. O objetivo é atender as demandas das empresas que cada vez mais estão voltadas para produção de projetos de inovação.

A intenção é fazer com que surjam demandas relacionadas à inovação. Nós valorizamos essas ofertas tecnológicas, garantimos a colaboração técnica entre os três elos (universidade, empresa e centros de serviços) e acompanhamos as empresas ao acesso dos produtos, produção e colocação deles no mercado.

Atualmente, o Polo de Inovação é formado por 700 laboratórios de pesquisa em todas as universidades da região Toscana. Passamos a entender como o mercado funciona para produzirmos conhecimento e dividí-lo conforme a demanda. Já produzimos sabendo quem atender.

AF – Como atrelar os conhecimentos e a experiência adquirida às atividades já desenvolvidas no PIM?

EE – Primeiro, é necessário que as empresas desejem e queiram receber ajuda. Já percebemos que a relação acaba sendo conflituosa e desgastante de uma pequena empresa ou incubadora da Itália em contato, a distância, com uma grande empresa daqui. O ideal é ter uma instituição ou até várias que possam fazer essa ponte ou ligação entre os dois entes.

O contato tem de ser diário, constante e todos tem de estar presentes. Nesses 12 anos de atividade, sempre trabalhamos voltados para as necessidades das empresas. Elas (incubadoras) primam por atender da melhor forma e com qualidade todas as empresas.

No Polo Tecnológico de Navacchio, as empresas custeiam as incubadoras para que elas desenvolvam projetos que façam com que as empresas tenham mais lucros e se solidifiquem no mercado.

Essa relação toda também pode ser estabelecida no PIM, desde que as empresas entendam a importância dessa atividade.

Camila Carvalho – Agência FAPEAM

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