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Pesquisadora aborda obra de poeta e contista amazonense em livro
06/03/2012 – Um dos contistas mais enigmáticos do Clube da Madrugada, que traz em suas obras o experimento da arte narrativa acaba de virar personagem de um livro. A obra sobre o poeta e contista Benjamin Sanches é resultado da análise literária ‘Contos de Sagração: Benjamin Sanches e a experimentação estético-formal’, lançada esta semana em Manaus, tendo como autora Nicia Petreceli Zucolo.
A autora revelou que o interesse pelo autor foi imediato. Ela já havia consultado outros escritores, mas, o simples fato dele alinhar todos os parágrafos pela direita, chamou a sua atenção, definindo seu interesse em abordá-lo na pesquisa. “A ousadia em alinhar, de maneira diferenciada, desalinhando a forma canônica do texto e suprimindo as letras maiúsculas definia essa característica do poeta que mantinha trocas de poesias com autores do movimento literário concretista, completou.
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Doutoranda em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), a pesquisadora explicou que a concretização do livro se deu por meio da dissertação do Programa de Pós-graduação em Sociedade Cultura da Amazônia (PGSCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em 2005, quando, não havia nenhuma pesquisa relacionada à área de literatura.
A pesquisadora é bolsista do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Amazonas (RH-Interinstitucional) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
Jogo literário
Zucolo considera os textos do contista amazonense um jogo literário, nos quais existe uma relação integrada entre o conto e os poemas concretistas, posicionando-o numa ação inovadora no contexto da literatura amazonense. “É claro que, como artista, ele tinha suas incompreensões, entretanto, por participar das ações do Clube da Madrugada, houve uma abertura para que sua obra viesse a ser conhecida”, destacou.
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Segundo a autora do livro o contista Benjamin Sanches foi responsável por mudanças radicais, não somente na abordagem de conteúdo sobre a Amazônia, mas pela transposição do diálogo sobre questões existenciais.
“É claro que existe um contexto situado, mas não existe uma localização determinada, exemplo disso, é a negação do banho de igarapé por uma prostituta quando menstruada, levantando hipóteses para questionamentos existenciais. O que é fantástico, não é o questionamento existencial, mas a situação insólita”, disse.
A autora explica ainda que em determinada passagem no conto ‘O outro e outros contos’, o autor descreve a transformação de um personagem, de homem para inseto, este, por sua vez, narra esse processo na primeira pessoa ao longo de toda obra, permitindo perceber que o personagem passou por uma transformação de pessoa até sua condição definitiva de inseto.
Apoio da FAPEAM
“Considero imprescindível o apoio da FAPEAM. Mesmo sendo professora da Ufam, é a bolsa que me mantém desenvolvendo pesquisas de doutorado em São Paulo. Isso é fundamental”, finalizou.
Sobre a autora
Nicia Petreceli Zucolo mora no Amazonas desde 1997, é graduada em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (1995) e mestre pelo Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPSCA), da Ufam, em 2005. É professora de Literatura na Ufam. Atualmente, cursa o doutorado em Literatura Portuguesa, na Universidade de São Paulo (USP), com bolsa concedida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
Sobre o Programa
O Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Amazonas (RH-Interinstitucional) consiste em apoiar, com bolsa de curta duração, alunos de mestrado e doutorado formalmente matriculados em curso de pós-graduação fora da cidade ofertados em Manaus e credenciados pela Capes, para desenvolvimento de atividades acadêmicas na instituição parceira.
Sebastião Alves – Agência FAPEAM
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