Mais que tempero, pimenta é crença e sustento para etnia Baniwa na Amazônia
Além de temperar alimentos, pimenta surge como símbolo de proteção para os índios da etnia Baniwa; sistema de cultivo vira livro
Que a pimenta é um tempero imprescindível nas receitas amazônicas, já se sabe. No entanto, o legume da família Solanaceae representa muito mais para a etnia Baniwa. Este povo acredita que a pimenta é alimento para corpo e alma. Em 2016, a história da etnia ganhará as páginas de um livro intitulado ‘Pimenta Baniwa’, resultado do estudo feito pelo pesquisador do Instituto Socioambiental (ISA), Adeilson Lopes da Silva.
O livro do pesquisador reúne informações importantes sobre a experiência que vem sendo dedicada à produção da pimenta jiquitaia. O projeto foi pensado a partir da parceria entre o ISA, a Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi) e várias organizações indígenas da bacia do rio Içana.
A pesquisa ‘Projeto Pimentas na Bacia Içana-Ayari: bases para a sustentabilidade da produção e comercialização’ serviu de embasamento para o livro e contou com o apoio do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), através do Programa Jovem Cientista Amazônida (JCA).
A realidade dos baniwa se entrelaça, de fato, ao cultivo da pimenta jiquitaia e, por isso, ganham destaque ao criar um espaço destinado para a produção da tradicional do legume.
Em entrevista ao Portal Amazônia, Adeilson Lopes contou que convive há 10 anos com a etnia. Ele coordena as atividades de apoio ao projeto ‘Pimenta Baniwa’ e acredita que os indígenas detêm um sistema de produção que é um verdadeiro patrimônio.
“O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro já foi considerado patrimônio imaterial do Brasil por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Um ícone deste sistema é justamente a pimenta, uma planta domesticada pelos povos amazônicos a milhares de ano atrás, e que hoje é um dos temperos mais cultivados e consumidos do mundo”, afirmou.
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Fonte: Diego Oliveira / Portal Amazônia
Fotos: Diego Oliveira / Portal Amazônia
QUe inncrível. Parabéns aos pesquisadores e ao repórter