Seduc lança programa de ensino médio a distância


A Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc) lançou, no dia 09 de julho, às 19h, o programa Ensino Médio Presencial com Mediação Tecnológica, um misto de ensino a distância com a presença de professores em cada sala de aula, voltado para comunidades rurais e indígenas do interior do Estado. O programa começou grande: 10 mil alunos matriculados para o primeiro ano do ensino médio em 42 municípios. São 338 comunidades atendidas em 260 salas de aula (algumas salas servem a mais de uma comunidade). “O programa foi criado para levar o ensino médio aonde não existe oferta, ou seja, nas zonas rurais dos municípios atendidos. 90% das salas estão na zona rural”, informou o coordenador-geral do programa, José Augusto de Melo Neto.

De acordo com o secretário de Educação do Amazonas, Gedeão Timóteo Amorim, o governo do Estado investiu R$ 20 milhões para executar a idéia que vinha sendo ‘gestada’ na Seduc há dois anos. “É um investimento altíssimo, mas com uma tecnologia altamente avançada”, explicou o professor aos alunos, no primeiro dia de aula.

Cada sala de aula dispõe de um televisor de 37 polegadas, com tecnologia LCD, um computador pentium 4 de 3 gigahertz com gravador de DVD, uma webcam, um telefone IP e uma impressora a laser. Fora da sala, uma antena de 1,8 metros de diâmetro faz a conexão da rede via satélite. As salas de aula estão interligadas com o Centro de Mídias, instalado em Manaus, onde também funciona o estúdio de apresentação das aulas. Enquanto o professor ministra sua aula, é possível visualizar as salas de aula e, se quiser, pode interagir com os alunos. “Nós veiculamos em mão dupla imagem, som e dados”, explica o secretário Gedeão Timóteo.

Os equipamentos foram montados em escolas das prefeituras municipais, nas comunidades. “Seria muito caro se fôssemos construir prédios em 260 localidades”, justificou o secretário. As matrículas dos alunos também foram feitas pelas secretarias municipais e encaminhadas à Seduc.

Quando falava com os alunos, o secretário brincou ao recomendar que não faltassem às aulas: “No mundo inteiro não existe uma aula como estamos tendo aqui. Fomos nós, os caboquinhos, que inventamos isso”. A experiência de uso dessa tecnologia para o ensino médio é inédita.

A Seduc contratou a empresa norte-americana Hughes Network Systems por R$ 5 milhões para o serviço de transmissão via satélite e o fornecimento do software Cliente IPTV, utilizado para a transmissão das aulas. Esse software é o mesmo utilizado em videoconferências. Opera em redes e canais digitais e possibilita que todos os usuários presentes no canal participem e interajam durante a transmissão.

Na primeira aula, o professor Francisco Herculano Carneiro utilizou os recursos de imagens e vídeos para explicar aos alunos o conceito de arte. Cada aula tem duração de três horas, começando 30 minutos de exposição pelo professor apresentador, do estúdio em Manaus. Na sala de aula, o professor também dispõe do conteúdo apresentado e faz atividades com os alunos em 50 minutos. Em seguida, a aula volta com o professor, do estúdio, que faz uma explanação de mais 30 minutos e abre espaço para o debate com os alunos. Com a tecnologia utilizada no programa, cada aluno que pergunta é visto por todos nas salas de aula.

O secretário Gedeão Timóteo explicou que o curso vai ter a mesma carga horária do ensino médio presencial. A diferença é que o aluno receberá as disciplinas em módulos. O módulo de Artes, por exemplo, tem 68 horas/aula. “Nós iniciamos com esse módulo, os alunos estudam e fazem as provas. Quando concluírem, começamos o segundo módulo”.

Apesar de o ano letivo estar iniciando em julho, a Seduc pretende regularizar as atividades a partir do próximo ano. “Nós concluímos o primeiro ano em março do ano que vem e já começamos o segundo ano. Também em março, iniciamos novas turmas de primeiro ano. Até o final de 2009 fechamos o ciclo do ensino médio”, avaliou Gedeão Timóteo.

Valmir Lima – Decon/Fapeam

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